A safra de soja 2024/25 no MATOPIBA apresentou sua maior produtividade dos últimos ciclos, alcançando média de 67 sc/ha graças ao clima favorável, plantio bem conduzido e colheita sem grandes problemas. Esse desempenho, porém, contrastou com o cenário econômico da safra: preços menores e aumento expressivo dos custos financeiros reduziram o resultado final.
A forte dependência de capital de terceiros, somada à taxa Selic elevada e à maior dificuldade de crédito, fez os gastos com juros e variações monetárias crescerem 40%, chegando a 3,75 sc/ha — o segundo maior custo da safra, atrás apenas dos insumos. Mesmo com queda no custo total de insumos, o custo desembolsado atingiu R$ 5.366/ha. Já o custo operacional foi de 16 sc/ha, e, ao incluir encargos financeiros, subiu para 19,9 sc/ha, pressionando a margem dos produtores.
Problemas de armazenagem e necessidade de liquidez levaram muitos produtores a antecipar vendas, puxando o preço médio para baixo: R$ 114,80/sc. Ainda assim, a lucratividade média encerrou o ciclo em 30,3%, cerca de 20 sc/ha — um resultado positivo, mas acompanhado de forte carga financeira acumulada.
Para 2025/26, cresce a preocupação com novos aumentos de custos, especialmente de fertilizantes, e com a manutenção da dependência de capital externo. Nesse contexto, um controle financeiro rigoroso será essencial para preservar rentabilidade e manter o fluxo de caixa saudável em um ambiente de margens mais estreitas e juros ainda elevados.