“Agro sem gestão não é negócio.”
“Sem indicadores não há medição, sem medição não há controle, sem controle não há gerenciamento.”
Essas frases te dizem alguma coisa? O que elas estão alertando?
Esses recados servem para lembrar de que devemos medir, analisar e controlar o negócio. “Ok, mas eu já faço isso todo dia”. Não, dificilmente você dá a devida atenção para os dados econômicos e financeiros. O que realmente faz é trabalhar duro, controlar gastos e produzir mais, mas dificilmente dedica um tempo com objetivo de analisar um Demonstrativo de Resultado das suas atividades econômicas.
Isto deveria ser feito regularmente, pelo menos uma vez por ano, ao final de cada ano agrícola. É isso que nós da Safras & Cifras gostaríamos de alertar a todo produtor rural.
O que é possível fazer com o DRE?
Com o DRE, é possível analisar a viabilidade econômica do negócio e o desempenho individual de cada atividade. Desta análise, poderemos extrair indicadores como custo por área, custo por unidade produzida, ponto de equilíbrio, resultado por atividade, rentabilidade, lucratividade, ebitda, entre outros.
É muito importante parar em algum momento com uma folha em mãos (ou na tela) para analisar todo o esforço (físico e financeiro) de um ano de atividade e a partir daí projetar novos horizontes, vislumbrar oportunidades e, se for o caso, corrigir alguns rumos.
Entretanto, a importância de um Demonstrativo de Resultado não está apenas em levantar indicadores estratégicos para a tomada de decisão dos gestores sobre o negócio.
Ele tem funções ainda mais nobres, dentre as tantas – comunicação! Sim, comunicar. Comunicar aos sócios, comunicar à família, comunicar a todas as partes interessadas, como está sendo gerido e qual a capacidade de geração de resultado deste negócio.
Essa comunicação é a chave para a continuidade desse negócio no longo prazo. Falando em comunicação, é necessário comunicar o que será feito com o Resultado deste negócio apurado pelo Demonstrativo. A fim de buscar solidez e também a manutenção da boa relação societária entre os familiares, as empresas têm trabalhado estes 3 itens após a apuração de resultado, cada qual com sua importância e significado:
Fundo de Reserva
– a garantia da continuidade do negócio mesmo frente a efeitos diversos (desastres naturais, frustrações de safra, preço baixo, pandemia, etc.) será o próprio seguro do negócio.
Reinvestimentos
– recursos para ampliar escala, produtividade, tempo de resposta a oportunidades, reposição à depreciação de máquinas e benfeitorias, manutenção da capacidade produtiva do negócio.
Distribuição de Lucros
– alinhamento entre expectativa x realidade – transparência na gestão buscando equidade dos sócios (envolvidos ou não na atividade). A justa Distribuição de Lucros garantirá a longevidade deste negócio através da união familiar, mantendo a unidade do negócio mesmo com sócios não envolvidos na gestão deste negócio.
Essa maneira profissional de gerir a atividade rural tem garantido às famílias aumento de seus ganhos e otimização dos resultados, mantendo seus sócios motivados e unidos com um propósito maior – a continuidade do negócio familiar geração após geração.
Mesmo com pontos a melhorar, e sempre deverão haver, com esta ferramenta de gestão, a família terá base sólida não só para a tomada de decisão como para a boa comunicação e transparência sobre o negócio. Tanto no momento de distribuir lucros de forma justa e adequada, como na hora de fazer investimentos, vislumbrando ganhos maiores na atividade desempenhada.
João Francisco Silveira – agosto/2020
