Em expedição de sete dias pela China, o consultor da Safras & Cifras Murilo Damé Paschoal está acompanhando o destino da soja brasileira vendida ao país asiático. A iniciativa, organizada pela agência AgroBravo, reuniu um grupo de 32 brasileiros com atuação no agronegócio, para participar de palestras, visitas técnicas a propriedades rurais, fábricas de máquinas agrícolas, empresas de processamento de grãos e institutos de pesquisa.
Atualmente, o Brasil é o principal exportador de soja para a China, assim como, os asiáticos são os nossos principais clientes neste mercado. Nesta expedição, o grupo brasileiro está verificando de perto como são os processos de beneficiamento de soja, assim como dados importantes de consumo, perfil do consumidor, área plantada, produção, importação e as perspectivas para os principais produtos agrícolas nos próximos anos, considerando o atual cenário econômico da China. As culturas com maior produção no país, como milho, arroz e trigo, também estão sendo avaliadas e debatidas durante esta experiência de imersão cultural.
Para Paschoal, uma viagem técnica como esta, em que é observada a situação política e econômica do país visitado e compreendida a relação comercial do Brasil com seu principal comprador de produtos agrícolas, é de grande valia para produtores, empresários e consultores. “A ampliação dos horizontes de conhecimento neste contato com uma realidade tão diferente da nossa contribui de maneira significativa para uma visão macro dos negócios, o que nos possibilita identificar o que podemos melhorar enquanto gestor, consultor, empresa e país”.
Cenário favorável
Em um país com aproximadamente 1,4 bilhão de pessoas que estão com maior poder de compra e mudando seus hábitos de consumo em busca de mais qualidade, a demanda por importação é crescente, explica Paschoal. O panorama gera boas perspectivas para o mercado exportador, onde além do tradicional comércio de soja, os setores de carne bovina, leite e café, aparecem com destaque no aumento das importações chinesas para os próximos anos, onde o Brasil poderá aumentar as suas relações comerciais. Segundo ele, num comparativo com o Brasil, a China tem uma infraestrutura bastante superior, especialmente em logística quanto aos transportes por rodovias e ferrovias, por outro lado, a aptidão agrícola é restrita por problemas de relevo, solo e clima, além de uma defasagem significativa em termos de tecnologia aplicada nas lavouras.
Estas limitações reduzem os níveis de produção e abrem o mercado para um volume cada vez maior de importações. “Com o poder que tem o produtor rural brasileiro, em termos de aplicação de tecnologia e os altos níveis de produtividade alcançados, aliado aos recursos naturais disponíveis e áreas para ampliação da produção agrícola, não restam dúvidas de que, mais uma vez, se comprova o protagonismo do agronegócio brasileiro, na atualidade e no futuro”, afirma o consultor.
Fotos: AgroBravo Agência e Revista Cultivar.