Para reter talentos e garantir melhores resultados financeiros e de produção, muitas empresas rurais apostam na chamada Remuneração Variável. No entanto, nem todas fazem isso de forma correta, decisão que pode trazer mais prejuízos do que vantagens, afinal toda e qualquer despesa, assim como a receita, deve ser devidamente declarada aos órgãos fiscalizadores.
Por isso, é importante saber o que é a Remuneração Variável e como aplicá-la corretamente, de modo a obter vantagens para o negócio. Pensando em responder essas dúvidas, especialistas da área de Desenvolvimento Humano e Organizacional da Safras & Cifras prepararam um conteúdo exclusivo e bem completo sobre o tema. Confira!
O que é Remuneração Variável
A Remuneração Variável é uma estratégia adotada para incentivar e reconhecer o desempenho dos colaboradores, ajudando ainda na retenção de talentos e na atração de novos profissionais. A ferramenta prevê uma recompensa financeira, além da parcela fixa salarial ajustada em contrato e dos adicionais legalmente devidos. Pode ser utilizada para alavancar resultados ao melhorar o desempenho geral da equipe, que se sente mais motivada e integrada à estrutura institucional.
Este tipo de benefício é pago conforme regramento pré-estabelecido, que determina as regras de desempenho, as bases de cálculo e as formas de avaliação. A remuneração poderá ser paga com base em parâmetros pré-fixados ou não, como por exemplo, número de sacas produzidas, tempo de casa, participação nas etapas de produção, manutenção e cuidado com equipamentos, dentre outros.
Porque é importante formalizar esse tipo de benefício
As empresas rurais que costumam pagar vantagens aos seus colaboradores de forma informal, sem os devidos ritos e registros, correm mais riscos de enfrentar problemas com passivos trabalhistas e tributários. Há a possibilidade de reclamatória trabalhista para reconhecimento de verba salarial e seus reflexos, o que pode constituir um grande passivo ao empregador.
Além disso, é importante o cuidado com os sistemas digitais que atualmente operam com cruzamento de dados, facilitando a identificação de inconsistências nas informações declaradas, por exemplo, no eSocial, no Imposto de Renda, no Livro Caixa Digital do Produtor Rural (LCDPR), entre outros.
“Se for alvo de fiscalização, o empregador poderá ser penalizado, tendo que efetuar o recolhimento do Imposto de Renda sobre os valores pagos a título de remuneração variável, acrescido de juros e correção monetária. Já os empregados correm risco por receber valores sem origem declarada, o que pode exigir a retificação da declaração de Imposto de Renda e, consequentemente, o recolhimento do imposto sobre esses valores, sem a oportunidade de restituição.” Roberta Ness, consultora da Safras & Cifras
Quais os tipos de Remuneração Variável
Existem alguns modelos de Remuneração Variável praticáveis, adaptáveis à realidade da empresa rural. De forma geral, é recomendado o formato de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) – modelo adotado inclusive pela Safras & Cifras – para o empregador Pessoa Jurídica, e o Prêmio para Pessoa Física.
Esses modelos são os que menos oneram a folha de pagamento. Entretanto, cada caso exigirá uma análise específica, o que permitirá a elaboração da estratégia correta para sua implantação e execução, lembrando que os formatos são diversos e podem ser bastantes criativos.
Essa análise é um dos serviços oferecidos pela Safras & Cifras, através do setor de Desenvolvimento Humano e Organizacional. Formado por profissionais de contabilidade, psicologia e administração, a solução foca no atendimento às necessidades do cliente, tendo como principal objetivo estruturar a área de Gestão de Pessoas do negócio, através da adequação a melhores práticas, da orientação quanto à legislação vigente e da profissionalização do Departamento Pessoal, assim como do desenvolvimento organizacional e das lideranças, revisando o organograma, os processos, as políticas de conduta e remuneração.
Como implantar a Remuneração Variável
A primeira regra para implementação desse tipo de benefício é o planejamento. Aqui na Safras & Cifras, por exemplo, ao montar o plano de Remuneração Variável de um cliente são avaliados e simulados todos os cenários possíveis, o que facilita o entendimento do impacto de cada estratégia e ajuda na escolha da mais adequada à realidade da empresa rural.
“Percebemos que existem diferentes graus de maturidade nas práticas de remuneração variável. Normalmente esta prática se inicia com o pagamento de valores ao final da safra como forma de atração e retenção de mão de obra, e aos poucos estes modelos vão evoluindo. É importante ressaltar que práticas de remuneração variável servem para estimular a melhora do desempenho individual do trabalhador, e essa iniciativa demanda planejamento, criação de metas, de critérios, bem como uma boa comunicação entre empregador e empregado para conseguir efetivar o que está sendo planejado. Também é fundamental que se registre através de regras claras e objetivas tudo o que ficou definido inclusive para atender à legislação.” Anselmo La Rocca, consultor da Safras & Cifras
Quais as vantagens de adotar a Remuneração Variável
A adoção de um bom modelo de Remuneração Variável supre as necessidades de formalização e reduz a possibilidade de passivos trabalhistas e tributários, protegendo o patrimônio do negócio. Também contribui para o crescimento desse, já que incentiva a melhoria do desempenho e motivação dos colaboradores.
“Ao formalizar, tanto o empregador quanto o empregado terão que declarar o valor à Receita Federal, o que reduz o risco de notificações, que geralmente levam ao desembolso de valores indesejados. Aos empregadores, poder lançar uma despesa, com comprovação legal, que vai fazer diferença no resultado da atividade rural, com certeza tende a impactar positivamente na redução dos impostos. Aos empregados se possibilita dar origem ao dinheiro recebido, pensando até em aquisição de bens, como também a restituição de valores de Imposto de Renda Retido na Fonte através do ajuste anual (declaração de IR). É sempre indicado manter a formalização e registro dos pagamentos de maneira correta, pois o prejuízo com multas pode ser muito maior.” Nathalia Martins, consultora da Safras & Cifras
Em geral, a adoção desse tipo de ferramenta de gestão costuma trazer vantagens a curto e longo prazo. Além de ajudar a reter e atrair talentos, um regramento mais amadurecido permite o engajamento da força de trabalho aos objetivos do negócio, utilizando indicadores, metas e avaliações de desempenho, melhorando o resultado individual dos empregados e, consequentemente, os resultados da empresa rural.
Porque investir nessa ferramenta
O agro já utiliza a Remuneração Variável há muitos anos, porém, muitas vezes, de maneira informal e sem regramento. A adoção de um modelo legal traz mais profissionalismo e melhora os resultados do negócio, alinhando os esforços individuais com os objetivos do negócio.
Uma organização que pratica somente um tipo fixo de remuneração torna-se pouco atrativa para os bons profissionais, capazes de gerar resultados à empresa. Assim, elaborar uma ferramenta desse tipo, que preze o alcance de metas e o bom desempenho, tende a ser um caminho para o progresso. Além disso, adequando à legislação, é possível reduzir riscos e passivos, fazendo com que o investimento feito agora evite problemas no futuro.
*Com a colaboração dos consultores Anselmo La Rocca, Nathalia Martins e Roberta Ness
Sobre a Safras & Cifras
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