Agronegócio brasileiro em pauta: o que esperar para os próximos anos

Por Paulo Herrmann | CEO FIERGS e CEO PH Advisory Group

A Safras & Cifras teve o privilégio de entrevistar o CEO da FIERGS Paulo Herrmann, uma das vozes mais influentes do agronegócio brasileiro, na quarta edição da Revista Nossa Safra. Durante mais de nove anos, ele esteve à frente da John Deere Brasil, líder mundial em maquinário agrícola. Com uma carreira sólida e vasto conhecimento sobre o setor, Herrmann compartilha sua visão estratégica para o futuro do agro no Brasil e no mundo.

A entrevista aborda temas cruciais, como a importância da gestão eficiente e sustentável, o papel das novas tecnologias no aumento da produtividade, a relevância das parcerias comerciais e a necessidade de investimentos na formação das próximas gerações. Este conteúdo é uma leitura indispensável para quem deseja entender as oportunidades e os desafios que moldarão o agronegócio nos próximos anos.

S&C – Como o Brasil pode se posicionar estrategicamente para garantir sua relevância na segurança alimentar global?

PH – O Brasil, estrategicamente, tem grandes trunfos na mão. Um, com certeza, é o volume de produção. Nós temos condições de atender a demanda pelo volume que nós produzimos e também pela nossa capacidade de expansão. Atualmente, possuímos tranquilamente condições de produzir 500 milhões de toneladas de grãos nos próximos anos, sem prejuízo nenhum aos nossos biomas, que precisam ser protegidos.

Agora, obviamente, essa produção tem que obedecer a alguns critérios, que são os critérios definidos pelos compradores. O Brasil tem que aprender a lidar melhor com o cliente, entender quais são as demandas do consumidor. Nós focamos muito na produção, somos ótimos nessa parte, mas desconhecemos muitas vezes o que o nosso comprador, o cliente, espera.

E são, basicamente, duas coisas: qualidade, ele quer produtos que tem qualidade e rastreabilidade, que se saiba exatamente a origem daquela comida que chegou no prato dele; e também que esses produtos tenham sido produzidos em um ambiente sustentável, que respeite a natureza e os aspectos sociais de quem produz. Esses são, na minha opinião, os pontos estratégicos para continuar garantindo a nossa relevância na segurança alimentar.

S&C – Como a tecnologia tem transformado o agronegócio brasileiro, e quais inovações você acredita que terão maior impacto daqui para frente, especialmente em termos de aumento de produtividade e redução de custos de produção?

PH – O agro brasileiro foi o segmento que apresentou, com certeza, os maiores ganhos de tecnologia e também de produtividade. Nosso agro não é fruto do acaso, mas de muita ciência e tecnologia. Nesse sentido, eu diria que só o setor financeiro evoluiu de maneira equivalente ao agro. Agora é preciso continuar nessa caminhada, e nós temos muitas oportunidades de melhorar a nossa eficiência.

Todo mundo sabe que as máquinas, hoje, devido a todo o digital, oferecem muitos dados. Só que dados que não são processados, trabalhados, avaliados e analisados, são apenas enfeite, não servem para nada, viram lixo. O que importa é que a informação precisa ser processada. E aí tem profissões que nós precisamos criar no Brasil, como o data analyst, como falam em inglês, ou analista de dados, para transformar aquela quantidade de dados em informação e agir em cima disso.

Isso ocorre em função, basicamente, que com a globalização, nós tivemos acesso a tecnologias muito rapidamente. Hoje nós temos celulares, carros, tratores de última geração – só para ter uma ideia, tem trator hoje fabricado no Brasil, que possui mais computadores do que a Apollo 11, que levou o homem à Lua -, enquanto a academia, nesse mesmo período em que a tecnologia avançou enormemente e celeremente, ficou parada no milênio passado.

Nós estamos formando profissionais que estão desatualizados, que precisam de dois, três anos para terem a mínima capacidade de liderar, com essa tecnologia das máquinas, com drones, com a biotecnologia, enfim, todos os aspectos envolvidos que hoje já são a realidade no campo.

Então, nós precisamos urgentemente de uma revolução também na área do ensino, da educação, para que possamos andar juntos na mesma velocidade e não olhar a tecnologia indo na frente, tentando fazer com que os operadores, as pessoas, os funcionários tenham a competência e a habilidade para trabalhar com esse pacote tecnológico que hoje já está colocado no campo.

Confira o restante da entrevista de Paulo Herrmann a partir da página 36 da versão on-line da Revista Nossa Safra. Clique no botão abaixo e fique por dentro das perspectivas para o agronegócio brasileiro nos próximos anos.

Sobre a Safras & Cifras

Criada em 1990, na cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul, a Safras & Cifras trabalha para famílias do agronegócio, trazendo soluções em Planejamento SucessórioGovernança, Planejamento Tributário e Gestão Econômica e FinanceiraMediaçãoGestão Fundiária e Gestão Estratégica de Pessoas.

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