Por que o Planejamento Sucessório é tão importante para as famílias do agro?

Por que um tema como a Sucessão, que sempre existiu, se tornou um dos assuntos mais importantes para quem faz parte de uma empresa familiar?

A resposta para esta pergunta passa pelo entendimento de que a empresa familiar está inserida num mundo que mudou muito rápido nos últimos anos, especialmente no meio rural e no Brasil. Vale a pena destacarmos algumas destas mudanças que impactam diretamente o processo sucessório no agro:

– Profissionalização da atividade agrícola:

ao encarar a fazenda como uma empresa rural, a divisão física do patrimônio entre os herdeiros passou a não ser mais a única opção e possibilitou planejar o processo na perspectiva dos 3 círculos: Família, Negócio e Patrimônio – com preservação da escala do negócio.

– Maior expectativa de vida:

os avanços da medicina aliados a melhor qualidade de vida no campo permitiram que as pessoas vivam mais e permaneçam produtivas, mesmo após seus netos começarem a trabalhar. Isto fez com que se passe de um formato de disputa entre gerações para o trabalho conjunto com combinação de papéis e valorização dos aspectos positivos de cada geração.

– Relações conjugais menos estáveis:

com a mudança nos formatos de relacionamento, onde os casamentos estão mais voláteis e mudanças na legislação em que os cônjuges/companheiros tem mais direitos, a interferência de variáveis externas ao negócio aumentou consideravelmente e a preocupação em preservar o patrimônio na família também.

– Maior participação das mulheres:

um dos maiores fenômenos no agronegócio brasileiro é o aumento das mulheres tomando decisões estratégicas nas empresas rurais familiares. Isto faz com que gênero não seja variável determinante num processo sucessório, além de exigir estruturas de governança e combinações claras sobre papéis a serem desempenhados com transparência.

– Maiores oportunidades de trabalho:

com maior acesso à formação superior, os membros das famílias de produtores rurais têm mais opções, podendo muitas vezes trilhar caminhos profissionais sem qualquer relação com o meio rural. Esta realidade exige combinações claras sobre atribuições, remuneração, apresentação de resultados e limite de poderes entre sócios e gestores nas empresas familiares.

– Valorização das terras e maior resultado da atividade rural:

com a crescente valorização das terras nas mais diferentes regiões do Brasil e o fortalecimento da imagem do Agronegócio, que a cada crise se mostra um setor com muita resiliência e oportunidades, mesmo quem não quer trabalhar na fazenda tem interesse em fazer parte das empresas rurais, recebendo informação e acompanhando o andamento dos negócios.

– Importância da sociedade familiar:

com o entendimento da importância da escala de produção e do aumento da complexidade para administrar uma empresa rural, muitas famílias buscam soluções para não dividir fisicamente a fazenda. As sociedades de pais e filhos, de irmãos e de primos são cada vez mais comuns no meio rural.

Estas mudanças no ambiente, atreladas a maior participação do custo tributário nas empresas rurais e avanços nas tecnologias de comunicação e gestão mostram que o planejamento da sucessão, quando as coisas estão bem, é fundamental para a continuidade do sucesso no agronegócio.

Se você está preocupado com sucessão é sinal de que você ou alguém na sua família trabalhou muito para construir algo de valor que se quer preservar.

Um bom planejamento, que contemple um olhar multidisciplinar com conhecimentos nas áreas jurídica, contábil, gestão econômica e financeira, governança e solução de conflitos aumenta muito as chances de preservar o patrimônio como fonte de felicidade para a família, honrando o passado e ajudando a construir um futuro mais próspero.

Sandro Al-Alam Elias
Sócio da Safras & Cifras

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