A Safras & Cifras traz em sua origem a integração entre as forças de trabalho feminina e masculina. Fundada por Rosa Maria do Amaral Iribarrem e Cilotér Borges Iribarrem, a empresa nasceu para dar espaço e vez tanto para mulheres quanto homens, mas hoje um fenômeno curioso chama a atenção. Apesar do agronegócio ser um universo predominantemente masculino, dos 200 colaboradores da empresa, 135 são mulheres.
Elas representam ainda 40% da sociedade Safras & Cifras, formada atualmente por 15 homens e 10 mulheres. “Fomos conquistando espaço e acredito que uma das coisas que fez com que as mulheres hoje estejam se destacando no mercado profissional é essa paixão com que elas geralmente fazem o seu trabalho”, afirma Rosa, reforçando que esse crescimento é uma conquista e consequência natural do esforço e dedicação delas.
Apesar dos dados sobre o tema não serem tão recentes, dão uma mostra de como esse crescimento da presença feminina no agro vem ocorrendo. Levantamento feito pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) indica que, entre 2004 e 2015, o número de mulheres atuando no agronegócio foi de 24,1% para 28% do total de trabalhadores. Já o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que a força feminina responde por quase 20% dos cargos de liderança dentro das fazendas.
A sócia e consultora Gláucia Heylmann, responsável por atender clientes no centro-oeste brasileiro, atua há mais de 7 anos na Safras & Cifras, onde adquiriu grande parte do conhecimento relacionado ao agronegócio e utilizada para levar soluções efetivas aos produtores brasileiros. “Acredito que um dos grandes gargalos do setor é a capacidade técnica, então quem se prepara acaba se destacando e absorvendo as oportunidades. As mulheres em geral se preocupam bastante com a gestão e a parte burocrática do negócio, que hoje em dia é tão importante para o sucesso da atividade rural quanto uma boa safra”.
Nesse sentido, a mulher tem assumido cada vez mais protagonismo dentro das empresas rurais familiares, sem deixar de ser o esteio do lar. “Elas querem estar à par do negócio, sem abrir mão do papel que desempenham dentro da família, algo cada vez mais presente dentro da atividade”, afirma Glaucia, que atende muitas sucessoras e vê o caminho aberto para o crescimento desse movimento. A opinião de Glaucia é compartilhada pela sócia da Safras & Cifras, Nathalia Martins, que acompanha desde 2012, quando começou a trabalhar na empresa, essa evolução.
Coordenadora do Setor de Pessoal da empresa, Nathalia vê com bons olhos o crescimento da presença feminina no campo e acredita que as mulheres podem contribuir muito para a atividade, não só na parte de produção, mas principalmente na gestão. Segundo ela, o agro ainda é um universo ocupado majoritariamente pelos homens, porém isso vem mudando. “Muitas mulheres estão se desenvolvendo e se capacitando, buscando contribuir para a atividade e a perenidade do negócio familiar”.
Desafios
Tanto Rosa, quanto Glaucia e Nathalia são unânimes em apontar alguns desafios enfrentados por todas as mulheres trabalhadoras, independente da atividade. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), quando o assunto são as atividades domésticas, as mulheres trabalham, em média, pelo menos o dobro dos homens.
Somando trabalho e casa, elas passam 62 horas semanais em ação, enquanto os homens chegam a 54 horas, quando ajudam em casa. “Inúmeras absorvem, além do trabalho, as responsabilidades de cuidar da casa e dos filhos, e isso pode tornar a jornada diária bem pesada. Receber suporte, apoio e compreensão são diferenciais que ajudam bastante neste contexto”, diz Nathalia.
Pioneirismo feminino
Quando a Safras & Cifras nasceu, no início da década de 1990, a então arquiteta Rosa Maria do Amaral Iribarrem abriu mão dos projetos arquitetônicos para investir em um sonho muito maior, o de trabalhar por um agro que produz. Disposta a ajudar o marido na construção dessa história, ela assumiu para si a responsabilidade de contabilizar custos, receitas e despesas, trocando a mesa de desenho por planilhas e calculadoras.
Na época, todo o trabalho era manual e ela precisou se reinventar profissionalmente, sem deixar de cuidar da família. “A Safras & Cifras começou no nosso apartamento. Na época ainda não tinha esse nome, mais tarde que dei a ideia de chamar a empresa assim, mas nunca imaginei que chegaríamos tão longe. Além de trabalhar, eu continuei cuidando da casa e dos filhos, realidade de muitas mulheres ainda hoje, apesar da divisão de tarefas ser mais igual agora”.
Ao longo do tempo, dona Rosa, como é carinhosamente conhecida na empresa, desempenhou várias funções, tudo para fazer da Safras & Cifras um espaço repleto de oportunidades. “A mulher tem papel muito especial na tomada de decisões sob vários aspectos. Somos conciliadoras, ponderadas. A mulher tem muito discernimento e, além de muitos outros adjetivos, tem visão do todo e do detalhe”.
Para ela, o protagonismo das mulheres dentro do agronegócio é uma conquista e uma consequência natural pelo esforço e dedicação. “Estão sendo reconhecidas justamente e para quem deseja ingressar nessa atividade, eu aconselho muito estudo, dedicação, envolvimento, disciplina e persistência. O agro oferece uma gama de oportunidades, dedique-se com amor e vá em frente com coragem”.
Sobre a Safras & Cifras
Criada em 1990, na cidade de Pelotas, no sul do estado do Rio Grande do Sul, a Safras & Cifras trabalha para famílias do agronegócio, trazendo soluções em Planejamento Sucessório, Governança, Planejamento Tributário e Gestão Econômica e Financeira.
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